Arte e Natureza: ESCULTORA SE ENCANTA COM A FLORESTA
Por: Núbia
Lentz
A escultora Bia
Doria desde 2002,
dedicou-se ao
estudo das formas
naturais e da flora
brasileira. Suas
esculturas eram
criadas a partir
de raízes, galhos,
troncos de
árvores, cipós, extraídos
de
árvores mortas pela
própria
natureza, ou
resgatadas do fundo
de rios, barragens
e hidrelétricas.
Admiradora do
trabalho do
escultor Frans
Krajcberg, fez dele
seu mestre e
inspirador,
trabalhando e
aprendendo com o
grande escultor
polonês radicado
no Brasil. Esta
convivência com o
escultor consolidou
na artista um
caminho em direção
à Arte,
atenta a
necessidade de evolução
do homem. Sua
ligação espiritual
com a natureza e a
constante
reflexão sobre a
vida humana na
terra, mostraram
que ela
precisava seguir um
novo
caminho.
“Eu não
poderia limitar
o meu trabalho a
simplesmente
recolher os
fragmentos das
árvores encontradas
no caminho.
Eu precisava
mostrar que as
florestas precisam
ser
preservadas. É
difícil ver que a
Mata Atlântica foi praticamente
destruída. Sobrou
muito pouco.
Então eu resolvi
conhecer a
Floresta
Amazônica”. A artista
aceitou o desafio
de criar um
novo conceito para
sua obra, que
agora serão
esculpidas em
madeira
certificadas da Floresta
Amazônica. Confira
a entrevista e
as fotos exclusivas
de Bia Doria.
NL: Como e/ou
quando surgiu a
ideia de incluir as
madeiras
Amazônia na nova
série de
esculturas?
BD: A minha arte é
o reflexo do
meu sentimento
pelas pessoas e
pela natureza. É a
forma como eu
me expresso, me
comunico. E eu
precisava falar
sobre a minha
preocupação com a
extinção das
florestas. A melhor
maneira de
fazer isso era
conhecer de perto
a floresta
amazônica, a última
floresta tropical
do planeta, e
nela buscar
inspiração para o
meu novo trabalho.
NL: Como tomou
contato com a
Mil Madeiras e como
foi a experiência
de visitar a
unidade da empresa em
Itacoatiara, no
Amazonas?
BD: Recebi o
convite para conhecer a
floresta da
Precious Woods e não
pensei duas vezes.
Há muito tempo eu
queria conhecer o
manejo florestal, e
eu já sabia que em
Itacoatiara, no
Amazonas existia um
projeto que era
conhecido no mundo
inteiro.
NL: Como acontece o
processo de
produção das
esculturas?
BD: Antes eu saia
em busca de resíduo
em decomposição em
margens de rios
e estradas. Esses resíduos
passavam
por um processo de
limpeza e
tratamento e só
então eu iniciava a
escultura, partindo
dos movimentos
que a própria
madeira, nada forçado,
respeitando a forma
natural.
NL: Como o mercado
de arte recebe o
seu trabalho (e
como você imagina
que será no futuro,
agregando este
novo valor, da
madeira certificada)?
BD: As madeiras
preciosas
provenientes de
manejo florestal de
Impacto reduzido,
da Floresta
Amazônica,
certificadas com o selo
FSC, sem dúvida
serão um grande
diferencial para a
minha obra. Tenho
certeza que o
mercado de arte ainda
saberá valorizar
esse diferencial.
Quero mostrar ao
mundo o que tem
na floresta
amazônica, suas árvores
e sua gente. O
caminho da madeira
nobre e com
certificado, é a garantia
de estar no caminho
certo.
NL: Qual sua
opinião sobre a questão
da conservação da
floresta amazônica
e a importância
para as futuras
gerações?
R: Quando eu entrei
na floresta eu
fiquei
impressionada com o tamanho,
as formas, as
cores, e o cheiros das
árvores. Nunca
tinha visto nada igual.
Vi o manejo da
floresta de perto.
Conheci as pessoas
que moram e
trabalham na
floresta. Fiquei muito
satisfeita com o
que vi, e com a
certeza de os
Amazonenses estão
fazendo sua parte,
perante a
preservação do
Planeta.
Fonte:
Imagens: Google