O ÓLEO DE COZINHA E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL



A Ilha de Mosqueiro, principal balneário da Grande Belém, comporta um grande número de estabelecimentos comerciais voltados a feitura de alimentações, tendo como suporte o uso do óleo de cozinha.

Qual o destino dado aos óleos cosmetíveis usados nas frituras por hotéis, pousada, restaurantes, peixarias, barracas de orla, etc. ?

Mosqueiro Ambiental apresenta importantes iniciativas sócioambientais no Brasil para dá um uso responsável aquele produto e oferecer alternativas  de combate a poluição pelo óleo de cozinha.

QUIOSQUES CARIOCAS ADEREM A RECICLAGEM DE ÓLEO DE COZINHA

Dados da Oil World apontam que o Brasil produz 750 milhões de litros de óleos vegetais por mês (ou 9 bilhões por ano). Desse volume produzido, um terço vai para óleos comestíveis, aqueles que usamos nas frituras.
Destes, não coletamos nem 1%. E o restante? Estima-se que 200 milhões de litros de óleos usados por mês são despejados em rios, lagos e solos, prejudicando o meio ambiente. Segundo a SABESP, concessionária de serviços de saneamento básico em São Paulo, cada litro de óleo despejado no esgoto tem capacidade para poluir cerca de um milhão de litros de água. Essa quantidade corresponde ao consumo de água de uma pessoa ao longo de 14 anos.
O óleo e a gordura utilizados em frituras não se misturam com a água e podem entupir as tubulações, galerias e redes de esgotos se jogados pelo ralo.
A saída é a reciclagem.
O Rio de Janeiro ensaia uma iniciativa para recolher o óleo de cozinha e transformá-lo em derivados como o sabão. Os 309 quiosques das praias do Leme à Prainha e os postos de salvamento do Flamengo ao Pontal recebem o óleo de cozinha em garrafas PET.
A concessionária Orla Rio iniciou o projeto em agosto de 2008 e, desde então, já recolheu mais de 73 mil litros de óleo de cozinha nos quiosques e, desde 2011, outros 6 mil litros nos postos de salvamento. Para cada litro de óleo de cozinha, é possível transformar em dois quilos de sabão.
“Cada um tem que fazer a sua parte, temos que cuidar da nossa praia e do meio ambiente. Os quiosqueiros ganham com o sabão e todo mundo ganha por descartar de forma adequada o óleo”, disse a ((o))eco o vice-presidente da Orla Rio, João Marcello Barreto.
O óleo saturado é um dos grandes vilões da poluição de rios e mares. Ele contribui para a proliferação de ratos, baratas e insetos nas redes de esgoto. Em contato com a água do mar, seu resíduo se decompõe e emite gás metano, agravador do aquecimento global.
Além de sabão e detergente, o óleo reciclado vira composto na produção de resina para tintas, glicerina, ração para animais e até biodiesel. É um resultado bem melhor do que aumentar a poluição.

A RECICLAGEM DO ÓLEO DE COZINHA
por Diogo Silva

O destino mais comum do óleo de cozinha, após ser utilizado, é o ralo da pia. Esse hábito, porém, contribui para o entupimento de tubulações e para a poluição das águas. De acordo com a Sabesp, apenas um litro de óleo é capaz de esgotar o oxigênio de até 20 mil litros de água. Por não misturar-se à água, ele forma uma camada superficial que bloqueia a passagem de ar e luz. Isso dificulta a troca de gases entre a água e a atmosfera, causando desequilíbrio ecológico pela morte de espécies animais e vegetais.
Para minimizar os efeitos do descarte incorreto do óleo, algumas iniciativas no Brasil promovem ações para possibilitar a coleta seletiva desse produto e sua devida reciclagem.
O Instituto Triângulo, localizado na cidade de Santo André, em São Paulo, realiza reciclagem de óleo de cozinha desde 2000. Disponibiliza 55 Postos de Entrega Voluntária (PEVs) em escolas, supermercados entre outros locais. Para ser entregue nos PEVs, o óleo usado deve estar acondicionado em garrafas PET ou de plástico, devidamente tampados. O Instituto também realiza a reciclagem do óleo de cozinha usado em sua usina, transformando-o em sabão ecológico. Por mês, são recicladas cerca de 20 toneladas de óleo.
A ONG Trevo, localizada no bairro da Mooca, também em São Paulo, coleta desde março deste ano cerca de 250 toneladas por mês de resíduos em mais de 2 mil estabelecimentos cadastrados, entre restaurantes, empresas, hospitais, clubes e condomínios. O óleo recuperado após a reciclagem é em parte destinado a indústrias químicas de diversos segmentos, e, com o restante, a ONG fabrica sabão em pedra.
O óleo reciclado também pode ser matéria prima para outros produtos, além do sabão. A Retióleo, empresa localizada na Vila Cisper, na cidade de São Paulo, atua desde 1999 na coleta e reciclagem de óleo usado. Os 150 mil litros retirados por mês pela empresa são reciclados e direcionados para indústrias, onde são transformados em graxa, massa para vidros e biodiesel. “A reciclagem dá origem a produtos ecologicamente corretos e estimula a geração de renda e emprego, além de reduzir os impactos ambientais causados quando o óleo é descartado na natureza”, analisa Neimar Santos, diretor da Retióleo.
A empresa de extração de óleos vegetais Oleoplan, da cidade de Veranópolis, no Rio Grande do Sul, é um dos destinos do óleo coletado nos 143 PEVs distribuídos na cidade de Porto Alegre pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Lá, o óleo de cozinha é transformado em biodiesel. Um litro de óleo reciclado gera cerca de 800 ml de combustível. Para isso, ele passa por um processo de filtragem, purificação química, adição de substâncias catalisadoras e álcool, e, finalmente, o refino, que possibilita a sua queima em motores capacitados.
A Cetric, Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais, localizada em Chapecó, no estado de Santa Catarina, desenvolve desde 2007 o PROC – Projeto de Reciclagem de Óleo de Cozinha. “Somos responsáveis pela retirada e reciclagem de 7 mil litros de óleo por mês, em média”, diz Carolina Rosetti, grente de custos e uma das idealizadoras do projeto. A transformação em biodiesel ocorre em uma usina terceirizada e o produto é utilizado para abastecer parte da frota de caminhões da empresa.
As diversas iniciativas existentes no país para a reciclagem do óleo de cozinha usado mostram que é possível evitar danos ao meio ambiente e transtornos como entupimento de tubulações ao reaproveitá-lo para a confecção de diversos produtos. “Precisamos divulgar mais o trabalho de reciclagem e de apoio das autoridades governamentais, inclusive das empresas de saneamento básico municipais”, diz Roberto Costacoi, diretor da ONG Trevo.
Para Eduardo Maki, diretor conselheiro do Instituto Triângulo, o estímulo à reciclagem do óleo de cozinha passa pela conscientização da população em relação aos impactos ambientais decorrentes do descarte incorreto desse material. “Além das informações sobre os malefícios que o óleo causa ao ser jogado na natureza, é necessário incentivar a mudança de hábito da população e fornecer meios para que a coleta seletiva e a reciclagem possam ser realizadas”, diz Maki.
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