NAEA /UFPA ESTUDA MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO ESTUÁRIO DO RIO AMAZONAS
Mudanças climáticas, em qualquer parte do
mundo, sempre terão repercussões. Mas quando se trata da região amazônica, com
toda a sua grandiosidade e complexa estrutura de fauna e flora, os resultados
podem ser de grande proporção. Para compreender este fenômeno, o projeto
“Adaptações sócio-culturais dos caboclos no estuário amazônico a eventos
extremos de marés” visa analisar os impactos dos fenômenos climáticos sobre
parte da região amazônica e seus moradores. O projeto tem a coordenação da
professora Oriana Almeida, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), da
Universidade Federal do Pará (UFPA).
Inundações inesperadas - O objetivo principal
da pesquisa é observar as respostas culturais às vulnerabilidades, criadas por
mudanças do número, duração e altura de inundações inesperadas, conhecidas,
localmente, como lançantes, além de outros distúrbios no estuário Amazônico,
causados pelas mudanças climáticas.
Os caboclos, população predominante na região,
estão notando mudanças nessas inundações, que têm um duplo impacto. O primeiro,
adverso, se dá sobre a agricultura de culturas anuais - ciclo produtivo, em um
ano ou em até menos tempo, em que há a necessidade de se realizar o plantio, novamente,
após a colheita -. O segundo é uma resposta, relativamente positiva, sobre os
efeitos dos sistemas agroflorestais, manejo florestal, a pesca e outros
recursos tradicionais.
O projeto é direcionado às populações do estuário
do rio Amazonas. Segundo a Professora Oriana Almeida, coordenadora do projeto,
o estudo será realizado em quatro locais específicos: dois locais no Amapá (em
Mazagão e Ipixuna) e dois no Pará (Ponta de Pedras e Abaetetuba), sendo que, em
Abaetetuba, será feito em parceria com o Institiuto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), de Abaetetuba.
Tempo do projeto – Iniciado em fevereiro último com
conclusão em 3 anos. Deverá ter coleta de dados participativa e uma análise dos
eventos de marés extremos e sua relação com a mudança climática. “O estudo se
dará em vários níveis como: coletas de dados gerais para traçar um perfil da
população de várzea; coleta de dados diária de atividades da população da
região, como açaí e pesca do camarão”, apontou a coordenadora.
Metas - O projeto prevê como metas a produção de um
Sistema de Aviso de Alerta Antecipado (SAA) de eventos extremos de marés;
criação de um sistema de informação para tomadas de decisão e avaliação dos
sistemas de resiliência socioeconômicos da região. Para isso, será conduzido um
levantamento socioeconômico, medidas hidroclimáticas, levantamento
sócio-econômico sobre o uso da terra, inventário de abundância de pescado e sua
diversidade, assim como inventários de agrodiversidade e de biodiversidade.
O projeto conta com a colaboração do professor
Sergio Rivero, do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFPA; do doutor
Miguel Pinedo Vasquez, da Universidade da Columbia, nos EUA; do Professor Peter
Deadman, da Universidade de Waterloo, no Canadá; do pesquisador doutor Nathan
Vogt, do Instituto de pesquisas espaciais (INPE); e da doutora em meteorologia
Kátia Fernandes, da Universidade de Columbia, nos EUA.
Matéria
divulgada no Portal da UFPA - Texto: Helder Ferreira – Assessoria de
Comunicação da UFPA
Sugestão de Pauta da ASCOM/NAEA/UFPA – Cristina
Pinheiro.
Publicado no dia 15.01.2012.
http://www.ufpa.br/naea/det_noticias.php?id_noticia=808Imagens:
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