DESMATAMENTO: NOSSO PROBLEMA COMUM.
Assim, tanto na
Rio + 20 como na Cúpula dos
Povos, soluções serão apontadas na superação da perda da cobertura
vegetal nas
áreas rurais e nos ambientes urbanos.
O desmatamento e
as mudanças no uso
da terra, como resultado das atividades humanas na Amazônia e na bacia
do
Prata, aumentaram rapidamente nas recentes décadas e há evidências de
que estas
ações modificam as características termodinâmicas da baixa atmosfera.
Estas mudanças são o resultado de complexas
interações entre o clima, hidrologia, vegetação e o gerenciamento dos
recursos
água e terra.
Desmatamento na Amazônia, acritica.uol.com.br
O
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através do mapeamento e do
cálculo da taxa de desmatamento na Amazônia Legal para o período agosto/2010 a
julho/2011, computando o valor de 6.418 km2 a área de desmatamento. Esse valor
representa a menor taxa de desmatamento registrada na Amazônia Legal desde que
o INPE começou a medi-la, em 1988. Em abril de 2012, o Sistema de Alerta
de Desmatamento (SAD) detectou 71 quilômetros quadrados de desmatamento na
Amazônia Legal. Isso representou uma diminuição de 76% em relação a abril de
2011 quando o desmatamento somou 298,3 quilômetros quadrados.
Por outro lado, segundo estudos técnicos, as principais capitais da região (
Belém e Manaus) continuam a perder áreas verdes. Segundo o IBGE (2012) em
Belém, somente 22,4% das moradias têm árvores por perto.
Através de seu programa de monitoramento o IMAZON declarou que até 1986 foram
desmatados 597,5 quilômetros quadrados de floresta da Grande Belém, o que
representava 50% da área terrestre (1.186 quilometros quadrados). No processo
de redução da cobertura vegetal a área de floresta na Grande Belém sofreu uma
pequena redução entre 2001 e 2006. Em 2001 eram 388 quilômetros quadrados
(33%), enquanto em 2006 esse número caiu para 369 quilômetros quadrados (31%).
No estudo realizado em 2010 pelo
Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) “A importância dos fragmentos
urbanos para a conservação da flora e fauna da grande Belém no Estado do Pará”
os resultados revelaram que a proporção do desflorestamento dos
municípios que compõem a Grande Belém varia de 51% em Belém a 67.2% em
Benevides. Todos os municípios têm elevado grau de uso e ocupação, que segundo
a pesquisa é resultado da falta de planejamento urbano e rural ao longo do
tempo. Ao analisar separadamente a Belém continental e as ilhas a pesquisa
constatou-se que o desflorestamento na Belém continental é de 87,5%, enquanto
na parte insular do município o desflorestamento corresponde a 32,6%.
Desmatamento na Ilha
de Mosqueiro
Em 2006, o IMAZON revelou
que o desmatamento já atingia 50% da APA (Área de Proteção Ambiental) de Belém
até o ano de 2006. No caso do Parque Ambiental de Belém, o desmatamento
alcançou cerca de 34% da área. A APA do Combu perdeu cerca de 3% de sua
floresta original, enquanto no Parque Ecológico do Mosqueiro o desmatamento
somou 21%. Por sua vez, o Parque Ecológico de Belém (Médici) perdeu 45% de suas
florestas originais.
Áreas de desmatamento com destaque para o Parque Ambiental de Mosqueiro, IMAZON, 2006.
Através de técnicas de
geoprocessamento em estudos ambientais visando à realização de análise
ambiental observa-se a expansão da perda da cobertura vegetal, definindo assim
um dos graves problemas ambientais na Ilha de Mosqueiro, distrito de Belém.
Na década de 80 já se delineia em algumas áreas, conforme Imagem trabalhada em
aerofotogrametria, a antropização local, sobretudo com a urbanização e com o
uso de recursos naturais como madeira e extração de materiais minerais.
Até os primeiros ano da
década de 90 estudos mostraram ainda forte presença de floresta primária na
ilha, porém “... Isso explica-se pelo fato que estas áreas estão em
grande parte distantes das regiões noroeste e norte da ilha, as quais vêm
sofrendo tradicionalmente as maiores pressões de ocupação, em virtude de
concentrarem a vila do Mosqueiro e sobretudo as praias". A partir
desse período tem se ampliado o desmatamento no espaço ilhéu.
Imagem de satélite definindo as áreas de uso do solo na ilha, 1995.
Através da imagem abaixo, obtida
através do Satélite Lansat 7/ETM, observa-se que após 19 anos o processo de ocupação e uso do espaço em questão se aprofunda,
agora sob pressão das ocupações desordenadas com desmatamento de parcela da
cobertura vegetal da ilha. Este processo amplia-se com a abertura de mais áreas
para extração de matérias minerais para construção civil.
Imagem 03 - Satélite Landsat 7/ETM
www.cdbrasil.cnpm.embrapa.br/2004
Com uso de imagem do Programa Google Earth
(2010) observa-se a área de extração de material mineral se ampliando, trazendo
pesados passivos ambientais para o meio ambiente local, que precisará urgentemente
de ações mitigadoras (corretivas) nas áreas degradadas.
Área degradada por ação
de curvão.
earth.google.com/intl/pt/ - 2010
A AMB (Área Metropolitana de
Belém) contêm consideráveis frações da biodiversidade. Os fragmentos florestais
podem ser considerados como “ilhas de biodiversidade”, pois são os únicos
lugares onde ainda se podem conseguir informações biológicas necessárias para a
restauração da paisagem fragmentada e a conservação de ecossistemas ameaçados
na região.