S.O.S. CAJUEIRO !
Com uma população em torno de
1000 habitantes, sendo que desta mais de 400 são pescadores artesanais, dentre
os muitos problemas com que a comunidade do Cajueiro se depara, releva-se o da
poluição na comunidade, tanto na área habitada com construções desordenadas de
casas em alvenarias, madeiras, algumas palafitas, sobre a área da várzea, como
no Rio Cajueiro, estratégico para tornar aquela comunidade um dos referenciais
na atividade da pesca na Ilha de Mosqueiro.
Se na comunidade o sistema de
abastecimento d’água é precário, a mesma não possui coleta de lixo doméstico e
outros resíduos sólidos, pelo sistema porta à porta. Parte da produção é jogada
em baixo das casas e das precárias estivas em madeiras que com o fluxo das
marés, acabam criando uma potencial área de contaminação do rio e de outros
ambientes.
Devido à pesca, moradores
comercializam pescados nos jiraus na beira do rio e todos os resíduos,
descartes, aparas e resto de evisceração são atirados no rio, poluindo e
contaminando o mesmo que é utilizado para a lavagem do pescado e na captura de
espécies como o camarão regional (Macrobrachium
amazonicum). Não há o aproveitamento integral do pescado.
Outro aspecto da poluição do Cajueiro
está na área de falta de saneamento básico: refere-se à ausência de esgotamento
sanitário na comunidade e as poucas fossas sépticas encontradas em solo de
várzea acabam por contaminar biologicamente as águas do rio com fezes e outros
contaminantes.de cozinha e banheiros.
Por último, a poluição do rio vem sendo
agravada com o seu assoreamento, devido à retirada de parte da cobertura
vegetal, pela avassaladora ação da retirada de materiais minerais próximo ao
rio, pelos chamados curvãos, pelos assentamentos humanos nas áreas de terra nas
proximidades.
Assim, neste ambiente desconhecido
por muitos “mosqueirenses” ou pelos milhares de visitantes dessa ilha balneária
com suas 19 praias de água doce, habitam e sobrevivem aqueles que
contraditoriamente produzem este ambiente adverso as Boas Práticas de
Alimentação, a sanidade ambiental e qualidade de vida, predicadas na construção
da sustentabilidade ambiental
Estamos diante da preocupante situação
ambiental por que passa a comunidade do Cajueiro, face aos processos poluentes
ali desenvolvidos, sobretudo na área de moradia e também no principal
referencial para a atividade pesqueira local: o Rio Cajueiro. Assim, as formas
de poluição acabam prejudicando não só as pescarias, como também a
navegabilidade do rio e qualidade de vida dessa comunidade, pertencente à ilha
de Mosqueiro, principal balneário de Belém do Pará.
Assim, são necessárias medidas
urgentes através de políticas públicas pela administração local e municipal em
parceria com o Estado e União que venham mitigar o atual estado socioambiental
na comunidade dentro de uma perspectiva de controle e gestão ambiental, onde o
principal parceiro para a realizações das ações nesse sentido seja a
comunidade, detentora de rico um patrimônio cultural e ambiental, lastreados no
Conhecimento ecológico Tradicional(CET).