NOSSO LIXO DE CADA DIA

Mosqueiro é umas das poucas ilhas de Belém que possui coleta domiciliar de lixo, denominada porta-a-porta. A ilha configura-se com uma parte urbanizada e populosa e outra rural, onde não existe coleta de lixo nem água potável.
 Até final 1998, toda a produção do lixo produzido na ilha, desde o doméstico até os entulhos, podas e bota-fora, etc., era depositada em lixões á céu aberto. Só a partir de 1999, o lixo de Mosqueiro teve como destino o Lixão do Aurá, considerado Aterro Sanitário, na cidade de Ananindeua, Grande – Belém. O lixo hospitalar, também a partir daquela data teve a destinação correta, ou seja, a incineração. Para técnicos ligados à área ambiental, o Lixão do Aurá está com sua capacidade exaurida, colocando em risco a muito tempo, através do chorume, os mananciais de águas que abastece a cidade de Belém
Segundo o IMAZON (Instituto do Homem e do Meio Ambiente), a produção estimada de lixo na Grande Belém é de 1milhão de toneladas ou 1,3 quilo por pessoa dia. Estatística da Secretaria de Saneamento de Belém, revelam que do lixo depositado no Aurá, assim distribui-se: 25% de garrafas plástica; 25% de papel;19% de latas de alumínio e 17% de papelão.
 O município de Belém, através da LEI Nº 8.655, DE 30 DE JULHO DE 2008, que dispõe sobre o Plano Diretor e dá outras providências, em seu Art. 31, III, afirma que dentre suas diretrizes da Política Municipal de Saneamento Ambiental Integrado, está a de: “compatibilizar, integrar e coordenar a elaboração e implementação dos planos setoriais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem, resíduos sólidos, controle de riscos ambientais e gestão ambiental”.
A Prefeitura de Belém é responsável pela gestão dos resíduos sólidos produzidos e destinação final do lixo, além do gerenciamento do Aurá, que tinha como projeto a biorremediação de parte do lixo ali depositado. Na cidade de Belém existe o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Consemma) foi criado pela lei 8.233, de 31 de janeiro de 2003 como um órgão colegiado de caráter deliberativo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) e que tem por finalidade, dentre outras, contribuir para a formação, a atualização e o aperfeiçoamento de políticas e programas municipais de meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
 Na Ilha de Mosqueiro a produção de lixo aumenta em de 12 toneladas/dia para 42 ton/dia no veraneio de julho. Para garantir a coleta as empresas que tercerizam o trabalho, aumentam de 2 para 4 o número de carros coletores. Do total de lixo produzido na ilha cerca de 20% são recicláveis. Se em periodos normais muitas comunidades não são atendidas com a coleta regular do lixo e nem serviços limpeza urbana, como nas praias, é comum uma mobilizão intensa de recursos e estruturas por parte dos órgãos gestores no periodo de julho, onde além do incremento de carros coletores, têm-se a instalação dos Postos de Entrega Voluntária (PEVs) com contêineres para materiais recicláveis, trabalho educativo durante as férias, através dos agentes ambientais percorrem as praias de Mosqueiro.
Na ilha, embora muitas famílias sobrevivam com parte de renda oriunda da coleta seletiva do lixo voltada para reciclagem, os catadores não estão organizados em cooperativa, modalidade associativa da categoria que ganha expressão no Brasil. Na Ilha de Mosqueiro, infelizmente por falta de consciência ambiental de muitos membros da população e de visitantes é comum encontrar muito lixo jogado nas praias e outros logradouros públicos, como praças, mercados, ruas, etc. Na parte continental, a cidade Belém vem sofrendo com as chuvas torrenciais neste inverno com as enchentes de canais, galerias e ruas, também como conseqüência do lixo jogado nas ruas e canais.
Muitos estudos, pesquisas, planos e convênios são construídos tentando mitigar essa problemática latente das cidades: os resíduos sólidos. Em Belém, instituições como a Universidade Federal do Pará (UFPA), Museu Emílio Goeldi, IMAZON, dentre outras, vem buscando colaborar na busca solução para o lixo produzido na Grande-Belém, que a cada dia amplia sua participação para que o Brasil produza diariamente mais de 90 mil toneladas de lixo ou para piorar a performance do estado do Pará, que segundo o IBGE, é o terceiro pior estado em termo de resíduos sólidos.
 Nessa perspectiva, a coleta de resíduos sólidos em Mosqueiro, tanto no período de julho como nos meses posteriores, através da Secretaria Municipal de Saneamento –SESAN e empresas terceirizada, não tem trazido bons resultados e que por isso, precisa ser implantada de forma permanente e integral envolvendo os catadores de lixo das comunidades, tendo como suporte ações de educação ambiental.

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